Anteprojeto da Pesquisa

David dos Anjos
Mariana F. Marques Costa
Priscila Gomes Brito
Rekle Gean P. Siriano Ferreira
Tatiane Costa Guerra
* Alunos do curso de Saúde Coletiva - UnB

Tema
Representações Sociais
Título
Representação do deficiente físico no mercado de trabalho.









Introdução

Com o passar dos anos as políticas de inclusão são cada vez mais evidentes, mostrando que o indivíduo deve ser inserido na sociedade onde vive. ­Desde 1991 existe uma lei no Brasil que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas portadoras de deficiências. A lei prevê que uma determinada quantidade de vagas, que varia de 2% a 5% do número total de funcionários, deve ser reservada para pessoas deficientes.
Segundo Batista et al. (1997), o trabalho contribui para a auto estima, a confiança e para determinar o status do ser humano. Seu papel é de fundamental importância para o indivíduo, pois proporciona aprendizagem, crescimento, transformação de conceitos e atitudes, aprimoramento e remuneração. Assim sendo, devemos considerar seu tratamento, suas qualidades pessoais e sua vontade de trabalhar.
Enfatiza-se muito a respeito dos direitos e das necessidades, que as pessoas com deficiência possuem, mas o fato é que elas encontram grandes obstáculos para a inserção no mercado de trabalho.
O problema da acessibilidade do ambiente destinado às atividades profissionais, por exemplo, envolve aspectos relacionados à possibilidade de ingresso e circulação no ambiente, à segurança, ao uso de máquinas e equipamentos, à comunicação interpessoal e com o meio. ( MARQUES, 2001).




Justificativa
O interesse pelo tema baseou-se na reflexão que devemos ter a respeito de um tema abrangente, que ao mesmo tempo gera polêmicas. Há, de certa forma, poucas pesquisas a respeito de um assunto tão pertinente. Cabe a nós percebermos a complexa forma de lidar com as pessoas, principalmente os Deficientes físicos, visto que nos deparamos com um período em que o mercado de trabalho encontra-se mais aberto à pessoas com deficiência.





Formulação do Problema

Devido a dificuldade que os deficientes tem em conseguir emprego, diz-se que assim como as demais pessoas, eles têm direito ao trabalho e a necessidade de serem úteis dentro da nossa sociedade. O ponto principal é conhecer qual a percepção na empresa em relação ao deficiente físico no mercado de trabalho, pois apesar de defendermos os direitos dos deficientes, no ambiente de trabalho, ainda pode haver um certo preconceito, devido ao corpo deficiente desgastar-se com mais facilidade e não poder realizar as tarefas que uma pessoa normal realiza em sua totalidade.




Objetivos
A presente investigação, destina-se a buscar informações a respeito da Representação social da deficiência física nas empresas, explorando quais as perspectivas e dificuldades que os trabalhadores com deficiência física (D.F.) têm no campo de trabalho; como esse profissional portador de D.F. se sente em relação aos outros funcionários não portadores de D.F.; e como os profissionais não portadores de D.F. se sentem em relação aos que possuem D.F.


Metodologia

A pesquisa será realizada com 10 trabalhadores do setor de jardinagem (viveiro/CESON) da NOVACAP, selecionados aleatoriamente, sendo 05 (cinco) portadores de deficiência física e 05 (cinco) não-portadores de deficiência física, em que são pessoas de meia idade, com cargos de auxiliar de Serviços Gerais, e na qual estão a anos na empresa ,que, por meio de um questionário não-estruturado (anexos), serão obtidos dados a respeito de como o funcionário com deficiência física é visto no local de trabalho, como ele se sente, de qual forma ele ingressou, tempo de serviço no local, ideias sobre as políticas de inclusão do deficiente físico na empresa explorando quais as perspectivas e dificuldades que os trabalhadores com deficiência física (D.F.) têm no campo de trabalho; como esse profissional portador de D.F. se sente em relação aos outros funcionários não portadores de D.F.; e como os profissionais não portadores de D.F. se sentem em relação aos que possuem D.F. Será uma pesquisa de cunho qualitativo, pois busca enfatizar as especificidades de um fenômeno em termos de suas origens e de sua razão de ser.
Os dados obtidos serão tabulados e analisados por meio da técnica Analise do Discurso que segundo PINHO, KANTOSKI e HERNÀNDEZ (2009) busca desvendar as singularidades lingüísticas do discurso como produção social, e Laura Christina Macedo (2008) considera a analise do discurso como possibilidade de captar o sentido não explícito no discurso, pois, é no terreno da linguagem que explicamos a determinação de vários fenômenos e conceitos, sendo a palavra uma espécie de ponte lançada entre um ou mais locutores e um ou mais interlocutores. Vale ressaltar, que essa é uma técnica, na qual pode ser explorado gestos, sentimentos, expressões, acerca do tema proposto. Iremos analisar o discurso das pessoas envolvidas e observar de que modo esse deficiente tem uma relação direta com as outras pessoas da empresa, lembrando que as diversas Representações Sociais são resultantes da interação, convivência em sociedade.

Referencial Teórico
O Século XXI marca um grande movimento de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. A cada dia, mais empresas buscam se enquadrar na chamada Lei de Cotas, que obriga a contratação de 2% a 5% de funcionários com deficiência, mas mesmo com essa inclusão, o preconceito que esses profissionais enfrentam ainda está presente no cotidiano.
No dicionário Aurélio a definição de preconceito é: [De pre- + conceito.] S. m. 1. Conceito ou opinião formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida. 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo. 3. P. ext. Superstição, crendice; prejuízo. 4. P. ext. Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc.: O preconceito racial é indigno do ser humano.
E complementando essa definição a autora Luciene M. da Silva, no artigo ‘O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência’, diz que: “O preconceito às pessoas com deficiência configura-se como um mecanismo de negação social, uma vez que suas diferenças são ressaltadas como uma falta, carência ou impossibilidade. ...? A estrutura funcional da sociedade demanda pessoas fortes, que tenham um corpo "saudável", que sejam eficientes para competir no mercado de trabalho. O corpo fora de ordem, a sensibilidade dos fracos, é um obstáculo para a produção.”
A sociedade, na maioria das vezes, julga as pessoas com deficiência física, achando que elas não são capazes de realizar as atividades propostas no ambiente de trabalho, entretanto podemos perceber que é cada vez mais fácil encontrarmos vários casos de superação apesar do problema físico das pessoas.


Cronograma das atividades


ATIVIDADES
JUNHO
JULHO
AGOSTO
S3
S4
S1
S2
S3
S4
S1
S2
S3
S4
Pesquisa Bibliográfica










Revisão literária










Agendamento de visita na instituição para atividade prática










Coleta de dados (questionário)










Análise dos dados coletados










Redação preliminar










Revisão e correção










Redação final










Apresentação












* S= Semana





Orçamento

O custo total para realização do projeto foi de R$ 44,80 (conforme somatória do preço total das tabelas 1 e 2). Os gastos são destinados à aquisição e confecção de material para aplicação do questionário e transporte dos pesquisadores.
Tabela 1 – Gastos com materiais para a aplicação do questionário
Material
Quantidade
Preço unid.
Preço Total
Lápis
10
R$ 0,35
R$ 3,50
Impressão
9
R$ 0,20
R$ 1,80
Xerox
56
R$ 0,08
R$ 4,50

Tabela 2 - Gastos com transporte dos pesquisadores

Transporte
Quantidade de passagens
Preço unid.
Preço Total
Ônibus
14
R$ 2,50
R$ 35,00




Referências Bibliográficas

-Educação Profissional e Colocação no Trabalho: uma nova proposta de trabalho junto à pessoa portadora de deficiência. Cristina Batista ... et al.? Brasília, Federação Nacional das APAEs, 1997.

- MARQUES, C.A. Construindo uma educação inclusiva, 2001.

-O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência. Luciene M. da Silva Revista Brasileira de Educação v.11 n.33 Rio de Janeiro set./dez. 2006

-Analise Critica do Discurso:Novas Possibilidades para a Investigação Cientifica no Campo da Saúde Mental. Pinho, Leandro Barbosa de; Kantorski, Luciane Prado; Bañon Hernández, Antonio Miguel. Rev Lat Am Enfermagem; 17(1): 126-132, Jan.-Feb. 2009. ilus.

-Analise do Discurso: Uma Reflexão para Pesquisar em Saúde. Macedo, Laura Christina; Larocca, Liliana Muller; Chaves, Maria Marta Nolasco; Mazza, Verônica de Azevedo. Interface comun. saúde educ; 12(26): 649-657, jul.-set. 2008.

-A Inclusão da Pessoa com Deficiência Física no Mercado de Trabalho -
http://www.flash-brasil.com.br/?q=node/180 - Acessado em: 06 de julho de 2010

- http://www.dicionariodoaurelio.com/ - Acessado em: 06 de julho de 2010


ANEXOS



ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO A PROFISSIONAIS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa acadêmica sobre a Representação Social do deficiente físico no mercado de trabalho.O nosso objetivo é fazer um levantamento sobre a percepção na empresa em relação ao deficiente físico no campo de trabalho, no ponto de vista dos profissionais portadores e não portadores de deficiência física. O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a).
A sua participação será através de um questionário que você deverá responder durante a reunião. Informamos que o (a) Senhor (a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o (a) senhor (a).
Os resultados da pesquisa serão divulgados em uma apresentação dentro de sala aula na Universidade de Brasília – UnB, campus de Ceilândia, não sendo publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda dos pesquisadores.
CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO
Pesquisado n°___ (Preenchimento feito pelo pesquisador)
Idade:
Sexo:
Grau de escolaridade:
Função na Empresa:
Carga Horária de trabalho:
Tipo de deficiência:

PERGUNTAS

1. Você é deficiente físico desde o nascimento?
( ) Sim ( ) Não

Se não:
1.1 Quando ficou deficiente?
1.2 Foi muito difícil conviver com esta nova situação e por que?
1.3 Quais as principais dificuldades?

2. Freqüentou algum Centro de Reabilitação para que você adquirisse habilidades para as atividades diárias e para o trabalho?
( ) Sim ( ) Não
Se sim:
2.1 Quanto tempo?


Referente à sua entrada no mercado de trabalho:

3. Você preenche uma das vagas garantidas pela política de inclusão do deficiente físico no mercado de trabalho?
( ) Sim ( ) Não

4. Há quanto tempo você está na empresa?

5. Quais os critérios de seleção que você teve que cumprir para ser contratado?

6. Foi lhe exigido algum curso de capacitação para a sua área de atuação?
( ) Sim ( ) Não
Se sim:
6.1 Qual (ais)?

7. Como você faz pra ir ao trabalho?
7.1 Quais as barreiras que você encontra no cotidiano durante o percurso que você realiza?
8. Existem barreiras físicas que impedem a sua locomoção e acessibilidade dentro da empresa?
( ) Sim ( ) Não

Se sim:
8.1 Quais seriam?
8.2 Elas impedem de alguma forma a realização do seu trabalho?
( ) Sim ( ) Não
8.3 O que você sugeriria para melhorá-las?

Referente à sua relação com os profissionais não portadores de deficiência física:

9. Como você se sente em relação aos profissionais não portadores de deficiência física?
9.1 Esses profissionais, na realização das atividades, são mais cobrados que você? Fale sobre o assunto.

10. Percebe algum tipo de preconceito em relação a você na empresa?

11. Você acredita que profissionais não portadores de deficiência física e profissionais portadores de deficiência física conseguem oferecer trabalho de igual qualidade ou há uma diferença?

12. Você se sente valorizado como profissional na empresa?

13. Quais as suas expectativas em relação à promoção de cargo no trabalho?

Caso você tenha mais alguma consideração a fazer que seja de relevância ao tema use o espaço abaixo:

Agradecemos a colaboração!


ANEXO 2 - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO A PROFISSIONAIS NÃO PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa acadêmica sobre a Representação Social do deficiente físico no mercado de trabalho. O nosso objetivo é fazer um levantamento sobre a percepção na empresa em relação ao deficiente físico no campo de trabalho, no ponto de vista dos profissionais portadores e não portadores de deficiência física. O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a).
A sua participação será através de um questionário que você deverá responder durante a reunião. Informamos que o (a) Senhor (a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o (a) senhor (a).
Os resultados da pesquisa serão divulgados em uma apresentação dentro de sala aula na Universidade de Brasília – UnB, campus de Ceilândia, não sendo publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda dos pesquisadores.

CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO
Pesquisado n°___ (Preenchimento feito pelo pesquisador)
Idade:
Sexo:
Grau de escolaridade:
Função na Empresa:
Carga Horária de trabalho:
PERGUNTAS
1. Há quanto tempo você está na empresa?

2. Quais os critérios de seleção que você teve que cumprir para ser contratado?

3. Foi lhe exigido algum curso de capacitação para a sua área de atuação?
( ) Sim ( ) Não
Se sim:
3.1 Qual (ais)?

Referente à sua relação com os profissionais portadores de deficiência física:

4. O que você acha da política de inclusão do deficiente físico no mercado de trabalho?

5. Como você se sente em relação aos profissionais portadores de deficiência física?
5.1 Esses profissionais, na realização das atividades, são menos cobrados que você? Fale sobre o assunto.

6. Você tem alguma colocação a respeito da relação entre os profissionais não portadores de deficiência física e os profissionais portadores de deficiência física?

7. Você acredita que profissionais não portadores de deficiência física e profissionais portadores de deficiência física conseguem oferecer trabalho de igual qualidade ou há uma diferença?

8. Há valorização do trabalho dos profissionais portadores de deficiência física na empresa?

9. O cargo que você exerce é contemplado pelo plano de carreiras?

Caso você tenha mais alguma consideração a fazer que seja de relevância ao tema use o espaço abaixo:

Agradecemos a colaboração!